terça-feira, 26 de outubro de 2021

Discussão literária IV

 Bom dia, boa tarde, boa noite irmãos de axé!



Voltamos à ativa e agora, seguindo o plano de publicar um post bacana por dia!

Nessa pegada, seguimos com a nossa dissecação do livro O Candomblé Bem Explicado, de Odé Kileuy e Vera de Oxaguiã.

Hoje falaremos um pouco sobre as principais nações que formaram as religiões africanas no Brasil.

Sabemos que, durante o processo de colonização aqui da nossa "Terra Brasilis" foram trazidos escravos de diversas regiões da África. Algumas dessas etnias que aqui aportaram, com o tempo foram extintas ou esquecidas porém, as etnias bantu, yorubá e fon foram as que prevaleceram durante o período de colonização e que, de fato, contribuíram para a formação das religiões de matriz africana no brasil.

Todas essas nações tinham suas diferenças. Comportamentos, vestimenta, linguagem... Tudo isso, em meio ao processo de escravização que era sofrido foi fator determinante para a construção de um movimento religioso que visava remontar à fé praticada em terras natais.

Aqui eu vou me valor da denominação contida no livro em questão para designar as etnias que aqui se fixaram. Usarei o termo iorubá para falar da nação que engloba todas as que cultuam orixás como Ketu, Ijexá, Oyó, Efan e etc.; Fon substitui o termo jeje para denominar os que cultuam os voduns como os de Benin, Abomey, Savalu, Ewes e etc.; Ficando somente o termo bantu que, de todos, foi o único que não recebeu nenhuma denominação pejorativa.

Referente aos termos pejorativos, o nome nagô era utilizado pelos Fons como forma de escárnio aos adversários que invadiam suas terras ou então que chegavam escravizados como troféus, vindos de territórios iorubás. Este nome abrange toda a cultura dos povos do sudoeste da Nigéria porém, sem nenhuma conotação histórico-geográfica e nem política. Ao chegar aqui no Brasil esse termo foi, principalmente, assimilado pela nação ketu.

Já o termo jeje ou adjeji vêm do iorubá e significa "forasteiro ou estrangeiro". Também foi uma forma encontrada pelo iorubás para afrontar os povos fons. Sabe-se porém que, não existe nenhuma nação chamada jeje na África. Aqui no Brasil, jeje é o candomblé formado pelos povos fon e ewe advindos do Benin, Daomé, Togo e Gana.

Na vinda para o Brasil, muitos desses povos que eram inimigos entre si foram obrigados a se irmanar para sobreviver, produzindo assim um sistema religioso próprio, muito diferente do existente na África porém, adaptado de forma que não se perdessem séculos de uma religião tão antiga quanto, talvez, os primeiros habitantes da terra.

Para não ficar um texto muito extenso e maçante, vou finalizar esse primeiro momento e volto com a parte II.


Gratidão e muito axé a todos!

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