sábado, 6 de fevereiro de 2021

Cálculo do Odu

 Olá irmãos de fé!



Depois de alguns dias sem postar aqui, venho trazendo um assunto bem bacana.

Esses dias estive estudando sobre jogo de búzios e odus. Ah, mas aí vão falar: Você é uma abian, não devia estudar essas coisas! E aí eu pergunto: Porque não?

Jogo de búzios ou erindilogum é pura ciência! Para que um babalorixá ou yalorixá seja um bom olhador, ele/a precisa ter muitos anos de estudo e observação para entender e decodificar as mensagens que aparecem nas caídas do jogo. Eu apenas estou estudando os odus e suas influências no ser humano, suas características e como isso se encaixa no método divinatório.

Bom... a primeira questão com a qual me deparei foi o cálculo que muitos babalorixás fazem para se chegar aos seus odus. Esse cálculo é baseado em sua data de nascimento e, nele aparecem, em tese, os 5 principais odus que regem a sua vida. Porém, realizando essa pesquisa, descobri também que na Africa não se utiliza esse método. A descoberta do odu de nascimento é feita através de uma cerimônia específica que dura em torno de 3 dias, e nela o oraculista saca esse odu que é o "real" odu da pessoa.

Ah Ana, então você está invalidando a cabala que os sacerdotes brasileiros utilizam para se chegar ao odu da pessoa!? Claro que não! Eu estou apenas elencando aqui o que eu tenho levantado nas minhas pesquisas e, com isso ajudar a difundir e desmistificar a nossa religião.

Eu vejo da seguinte forma... Essa cabala que é calculada pelos babás e yás serve como um norte para a interpretação do jogo de búzios. O segundo ponto é que, se esse cálculo não servisse de nada ele não seria feito e, consequentemente, ensinado ás gerações futuras. Aí um amigo me fala para eu não romantizar a situação! Que fazer esse cálculo está errado e que, continuar perpetuando isso é mais errado ainda. Eu não discuto.

Eu não sou ebomi, não recebi meu oráculo, não fui ensinada a como manipular os búzios, enfim... Como falei acima, não acho certo querer invalidar uma coisa que é feita aqui no Brasil há séculos só por que na África não é feito assim. Acontece que aqui é o Brasil e não a África! Inclusive, o candomblé é brasileiro! Então, se o candomblé nasceu aqui e foi se adaptando à cultura e à regionalidade, porque querer invalidar isso?

Mas a questão é que, em meio a tudo isso e como estudante, eu aprendi a fazer o tal cálculo. E adivinhem o que eu descobri? NADA!!! Exato! Não descobri nada além de uma porção de números. E quando vi aquele monte de números fiquei pensando: E agora? E aí foi onde eu vi que, de nada adianta fazer essa cabala se você não souber entender o oráculo.

Muitos podem até ter achado que eu fui redundante em muitas questões mas, com tudo isso sabe o que eu quis dizer? Eu quis dizer que os nossos mais velhos são a nossa fonte de conhecimento e que, de nada adianta ler livros e estudar artigos, saber fazer cálculos e mais cálculos numerológicos se você não aprendeu a essência dos odus, como interpretar as caídas do jogo e mais... Se você não recebeu das mãos do seu babá ou yá o seu jogo e a permissão para utilizá-lo!

Axé!

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