Olá irmãos de fé!
Depois de alguns dias sem postar aqui, venho trazendo um assunto bem bacana.
Esses dias estive estudando sobre jogo de búzios e odus. Ah, mas aí vão falar: Você é uma abian, não devia estudar essas coisas! E aí eu pergunto: Porque não?
Jogo de búzios ou erindilogum é pura ciência! Para que um babalorixá ou yalorixá seja um bom olhador, ele/a precisa ter muitos anos de estudo e observação para entender e decodificar as mensagens que aparecem nas caídas do jogo. Eu apenas estou estudando os odus e suas influências no ser humano, suas características e como isso se encaixa no método divinatório.
Bom... a primeira questão com a qual me deparei foi o cálculo que muitos babalorixás fazem para se chegar aos seus odus. Esse cálculo é baseado em sua data de nascimento e, nele aparecem, em tese, os 5 principais odus que regem a sua vida. Porém, realizando essa pesquisa, descobri também que na Africa não se utiliza esse método. A descoberta do odu de nascimento é feita através de uma cerimônia específica que dura em torno de 3 dias, e nela o oraculista saca esse odu que é o "real" odu da pessoa.
Ah Ana, então você está invalidando a cabala que os sacerdotes brasileiros utilizam para se chegar ao odu da pessoa!? Claro que não! Eu estou apenas elencando aqui o que eu tenho levantado nas minhas pesquisas e, com isso ajudar a difundir e desmistificar a nossa religião.
Eu vejo da seguinte forma... Essa cabala que é calculada pelos babás e yás serve como um norte para a interpretação do jogo de búzios. O segundo ponto é que, se esse cálculo não servisse de nada ele não seria feito e, consequentemente, ensinado ás gerações futuras. Aí um amigo me fala para eu não romantizar a situação! Que fazer esse cálculo está errado e que, continuar perpetuando isso é mais errado ainda. Eu não discuto.
Eu não sou ebomi, não recebi meu oráculo, não fui ensinada a como manipular os búzios, enfim... Como falei acima, não acho certo querer invalidar uma coisa que é feita aqui no Brasil há séculos só por que na África não é feito assim. Acontece que aqui é o Brasil e não a África! Inclusive, o candomblé é brasileiro! Então, se o candomblé nasceu aqui e foi se adaptando à cultura e à regionalidade, porque querer invalidar isso?
Mas a questão é que, em meio a tudo isso e como estudante, eu aprendi a fazer o tal cálculo. E adivinhem o que eu descobri? NADA!!! Exato! Não descobri nada além de uma porção de números. E quando vi aquele monte de números fiquei pensando: E agora? E aí foi onde eu vi que, de nada adianta fazer essa cabala se você não souber entender o oráculo.
Muitos podem até ter achado que eu fui redundante em muitas questões mas, com tudo isso sabe o que eu quis dizer? Eu quis dizer que os nossos mais velhos são a nossa fonte de conhecimento e que, de nada adianta ler livros e estudar artigos, saber fazer cálculos e mais cálculos numerológicos se você não aprendeu a essência dos odus, como interpretar as caídas do jogo e mais... Se você não recebeu das mãos do seu babá ou yá o seu jogo e a permissão para utilizá-lo!
Axé!
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