Bom dia, boa tarde, Boa noite queridos irmão de fé.
Sei que já tem algum tempo que não trago nada por aqui porém, no último final de semana passei por um fato inusitado que me fez refletir e repensar sobre nossa forma de viver o culto ao sagrado, o culto aos nosso orixás.
Eis que estava em casa trabalhando e decidi, ou melhor, senti a vontade no coração de fazer uma visita a cachoeira, reduto sagrado de Yá Osun. Decidi comentar com um grande irmão de caminhada que, logo de pronto, topou a ideia pois também já estava com vontade de ir a cachoeira.
Assim feito, tudo decidido, partimos rumo a cachoeira do Mendanha e, quem já foi, sabe que é um lugar de difícil acesso e com uma trilha bastante íngreme e, de certa forma um tanto perigosa até. Fomos pela trilha ele, eu e os dois filhos dele, um rapazinho de 14 anos e sua pequena de 6.
Ao entrarmos na trilha pedimos licença a Ossãe para que nos deixasse entrar e sair com segurança, uma vez que a trilha atravessa a mata densa do maciço do Mendanha, pedimos também proteção a Oxossi para que nos guiasse, pois ele conhece tão bem quanto Ossãe todos os caminhos, as indas e vindas e todos os perigos da mata. Feito isso, ingressamos na trilha entrando mata a dentro rumo a cachoeira.
Começamos a trilha por volta de umas onze horas da manhã e, chegamos a cachoeira umas 3:30 da tarde. Fizemos nossas orações, lavamos nossas guias e então partimos rumo a volta para casa. Novamente adentramos a mata para a a volta e procuramos voltar a passos largos. Ele e a filhinha andavam bem rápido porém, como eu tenho pouca resistencia na minha perna direita devido a uma acidente, andava um pouco mais devagar. Chegamos no meio da trilha eram já 05:20 da tarde, estávamos cansados da subido e mais ainda da descida porém, não podíamos parar e continuamos.
Quando deu por volta de 05:35 a mata se fechou, cerrou um breu como se já fossem 8 da noite e nos vimos sem conseguir enxergar mais muita coisa. Dois adultos e uma criança no meio da mata! Por incrível que possa parecer não estávamos com medo mas sim, preocupados por estar com uma criança junto. Decidi por bem, ligar para o corpo de bombeiros pois estávamos somente com a luz do celular, oque de certa forma dificultava a nossa descida. O filho do meu irmão já tinha descido para encontrar a mãe, que não prosseguiu na trilha conosco devido ao fato de ser hipertensa.
Enquanto estávamos sentados na trilha e eu, me sentindo super culpada pedia mil desculpas ao meu irmão por aquele percalço, começamos a ouvir a voz do filhos dele gritando: "Pai!" "Pai" Cadê vocês!". Ao ponto que nós, cansados que estávamos, só conseguíamos responder: "Estamos aqui!" "Tá tudo bem!". O filho dele, junto com a mãe começaram a ficar preocupados com a nossa demora em sair da mata e pediram auxílio a um morador da região que, de pronto se dispôs a ir nos resgatar na mata.
Estávamos a 15 minutos de sair da mata mas, o cansaço e a falta de iluminação nos venceram. O senhor, nativo da região, subiu a trilha com o menino munido de lanterna e nos auxiliou na descida. Chegamos em baixo! Saímos da mata e agradecemos a Ossãe e Oxossi por terem nos protegido e, por terem enviado aquele senhor para nos auxiliar.
Resumo da história...
Embora tenha sido uma aventura inesquecível (e um tanto quanto bizarra, rsrs), saímos agradecidos por tudo num geral e aprendemos que a mata e a natureza como um todo precisam ser respeitadas. Cultuar orixá é cultuar a natureza em si! E procurar estar em contato com o verde, as águas, o vento e etc. E cuidar da nossa morada que também é morada dos orixás.
O nosso corpo e o espaço físico que habitamos são mais que sagrados! Ossãe nos passou um belo ebó (e nós passamos um belo susto!), mas no final de tudo orixá nos protegeu e nos amparou para que nada de mal nos acontecesse e saíssemos ilesos (embora cansados!) da situação.
São as coisas que precisamos passar para observar o caminho
ResponderExcluirGratidão Iran. Eu procuro me espelhar em pessoas como você. Muito obrigada!
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