quinta-feira, 10 de junho de 2021

Discussão literária

 Bom dia, boa tarde e boa noite queridos irmãos de fé!

A partir de hoje, sugerida que fui pelo meu esposo, vou trazer para vocês algumas discussões sobre livros que abordam a temática da nossa religião.

O livro em questão é: O candomblé bem explicado - Odé Kileuy e Vera de Oxaguiã


Vamos começar nossa análise do livro, ponto a ponto, partindo do primeiro capítulo. O livro possui 26 capítulos bem esmiuçados e esse capítulo fala sobre o candomblé. Nele poderemos entender alguns aspectos da religião, como surgiu no Brasil entre outras coisas. Esse livro traz uma visão didática tanto para aqueles que não conhecem a religião, quanto para aqueles que a conhecem mas que, de alguma forma ainda têm questionamentos sobre oque e como praticamos.

Vamos à análise!


Cap. I - O candomblé

Podemos dizer com propriedade que o candomblé é uma religião exclusivamente brasileira. O que conhecemos pelo nome de candomblé nada mais é do que a herança cultural dos negros que foram trazidos como escravos, agregada aos conhecimentos indígenas que já existiam em nossa Terra Brasilis. 
O candomblé pode ser definido como uma religião 90% prática. Podemos dizer que é uma religião que tem sim seus fundamentos teóricos (muitas vezes passados de geração em geração de forma oral), mas conta muito com a prática e vivência religiosa.
Ao contrário do que muitos pensam - e dizem! -  o candomblé é uma RELIGIAO e não uma SEITA. Só para compreendermos, seita define um grupo de "desgarrados" que se separou da religião com o propósito de criar outra religião. Já a palavra religião é advinda do latim "religare", e tem o propósito de reconectar o ser humano com a essência divina. Só que no candomblé nós nunca nos separamos do nosso Deus, e sim, somos uma religião monoteísta que acredita em um único Deus - Olodumare, Olofin, Obatalá, Zambi, etc. - porém, temos os seus "intermediários" que são os orixás.
"O candomblé, apesar das modificações, não sofreu mudanças muito profundas nem radicais em suas tradições, seus dogmas e, principalmente, nos fundamentos deixados pelos nossos mais velhos. Suas modificações foram mais pragmáticas, no sentido de ter que se fazer aceitar em uma nova sociedade, procurando ambientar-se tanto na parte humana quanto na parte religiosa. Precisou adequar-se e buscar novos elementos a partir dos quais conseguisse reconstruir todo seu entremeado de relações litúrgicas. A religião, no Brasil, se integrou, se adaptou e floresceu ainda mais, porque aqui encontrou uma natureza exuberante e uma grande diversidade de elementos necessários à sua existência." (op. cit. p31)
 

Atualmente, a maior necessidade do candomblé é que seja reconhecido de fato como religião, tal como o catolicismo e o kardecismo a exemplo. Não somos escravos de um Deus por exemplo, bem como não temos simbolismo do bem e do mal (anjos e demônios). Possuímos regras sim porém, como nossas divindades são dotadas de características muito humanizadas, essas regras podem ser moldadas de acordo com a permissão deles.

Sabemos que, ainda hoje, o candomblé assim como as demais religiões afro-brasileiras passam por reformulações afim de se adaptarem a atualidade e, com isso acaba-se por gerar também algumas "invencionices", e aí é onde nos questionamos: Até que ponto precisamos mudar? Até que ponto precisamos fugir daquilo que nos foi deixado de herança pelos nossos antepassados para nos adaptarmos à atualidade? 

Essas meus caros irmão de fé, são perguntas que devemos nos fazer diariamente, desde o abian (como eu) até os babás, yás, dotés, donés, tatetus e mametus. Isso para que não incorramos na problemática de transformar nossa religião num circo ao invés de perpetuar a verdadeira essência do culto aos orixás.

Muito obrigada pela sua companhia e, até a próxima postagem!

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